quinta-feira, 19 de abril de 2012

A/C: Manoel

De uma só vez me livrei de tudo que me lembra você, cartas, presentes, lembranças e sonhos, queimei tudo numa fogueira modesta, mas por pouco não me atirei nela.
Mantive apenas o que era necessário, mantive quem se tornou amigo e quem já era amigo e isso tem acabado comigo pois vejo seu rosto a todo momento e sou obrigada a ouvir seus comentários e assim a cada momento lembro mais do fogo que consumiu aquelas coisas.
aaaaah Manoel se soubesse tudo que se passa, se fosse ao menos capaz de ouvir a música, se tivesse sido verdadeiro nada disso precisaria ser feito e sentada a beira da cama com o coração e a vida nas mãos descubro cada vez mais o quão fraca sou.
Agora como tantas outras estou perdida de mim, aquela vida que vivia não me pertence mais, a que tinha antes de ti simplesmente não me encaixo, e a que o futuro me reserva? Ah! Essa tem um quê de solidão que me dá medo.
Há tempo tinha esquecido como era o sentimento que sinto agora.
E todo mundo diz a mesma coisa... mas não é tão fácil.
Me tornei outra depois de ti, me tornei pior sinto isso e nem sei se isso é bom ou ruim.
Mas sei que aprendi muitas coisas também...
Aprendi a ser paciente para não morrer sufocada em minha própria ansiedade.
E estou aprendendo a separar a histórias que fundi tão bem. 
Mas não consigo mais sorrir Manoel.
E os meus olhos estão sempre vermelhos, e as lágrimas que escorrem deles parecem nunca cessarem pois escorrem pela face e param na garganta e vão se congestionando cada vez mais, e o pior é que com elas lá nada mais passa, até a água incomoda se tentar.
As noites continuam curtas como na sua época, só que dessa vez agradeço a Deus por isso, se fossem longas não sei como sobreviveria.
E continuo menina sozinha a beira de uma lago frio, as vezes sinto como se lago fosse mantido graças as minhas lágrima, que caem cada vez em maior quantidade.
aaaah o lago, maldita a hora em que descobri o lago, lagos são medidas de terras com água dentro, e podem ser facilmente formado por homens, e eu só descobri isso depois de acreditar que o meu lago, o nosso lago era verdadeiro, lagos artificiais podem nos trazer más surpresas.
Por isso sempre gostei mais do mar, o mar sim é verdadeiro, te mostra exatamente o que é, horas bravo, horas sereno, horas brincalhão.
O mar Manoel não engana a quem o ama.











Um comentário:

  1. NOOOOSSAAAAAAAA...

    Adorei o texto, Carol. o texto soa como dor de cotovelo, não sei se esse é o seu caso.

    Tu já percebeu que quando a gente está sofrendo parece que às noites são curtos? Mas, a vida é assim mesmo... Um mistério a ser desvendado, uma estrada a ser percorrida...

    Bjs!

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