domingo, 25 de novembro de 2018

Eu nunca te disse

Eu nunca te disse que eu adorava a forma como você fecha os olhos enquanto fala.
Nunca disse o quanto gostava do gosto do cigarro no seu beijo.
Acho que também não te disse que aquela primeira poesia que você me inspirou ganhou o quinto lugar naquele concurso que participei.
Por medo de te afastar não disse o quanto eu gostava de ti e nem como ouvir você gozar era incrivel.
Não disse o quanto seus abraços me transmitiam segurança e paz, nem o quanto suas mensagens de beijinhos ao meio da tarde alegravam minhas próximas 24h.
Eu não disse tantas coisas e eu sinto tantas coisas.
As vezes penso que se tivesse dito isso tudo, talvez você tivesse se questionado se queira mesmo ir, talvez a gente ainda estivesse a se amar.
Mas eu não disse e isso está a me matar por dentro.
Então resolvi falar!
Falar como sinto sua falta, falar como gostava do sexo com você, como gostava de ter sua atenção e de ouvir mesmo que impaciente seu relato de um dia normal.
Falar como eu sempre achei lindo sua calma em conversar, e a forma como você pousava seus olhos sobre mim.
Sempre achei maravilhoso ver o brilho nos seus olhos enquanto falava da sua filha.
E encantador a forma de me repreender quando discordava de mim.
Sempre te disse que você me tinha nas mãos, que me domava, dobrava e me driblava como ninguem sabe fazer até hoje. E quero dizer que isso era o que mais eu gostava em você.
Também preciso dizer que os momentos contigo eram únicos pra mim e disso eu também sinto falta.
Nunca tive alguém que me levou pra ver o mar, e foi nesse dia que você me conquistou.
Aproveito para dizer que ter você no meu aniversário tornou ele especial de uma forma que nunca antes aconteceu. E dizer que eu ainda tenho a gerbera que você me deu nesse dia.
E pra dizer também que havia preparado várias coisas para o seu aniversário e me frustei por não poder conclui-lás. E já agora peço desculpas por não ter ligado ou escrito uma mensagem, é que esse dia foi tão dificil pra mim que eu não soube como agir e o que sentir e chorei copiosamente no onibus a caminho de casa.
Eu sempre acostumada a ser só gostei tanto de estar contigo que agora nao quero mais estar comigo.
E aproveito para dizer que ainda choro por você, mas não porque o quero de volta, mas porque quero a mim mesma inteira, e chorar sua falta faz com que aos poucos eu vá me preenchendo de mim mesma enquanto você se vai em forma de lágrimas.
Eu quero que você fique bem e que mesmo sabendo que foi sem querer você nao machuque mais ninguém e nem sofra por alguém.
Acho que falei tudo que eu tinha para dizer. E não acho que você precisa responder.

segunda-feira, 30 de abril de 2018

Confiar?

Qual o critério da confiança?
Da segurança?
Do lançar-se em águas desconhecidas?
Do acreditar sem hesitar? Sem pestanejar?
Sem nem por um segundo duvidar?

Qual o momento em que ficamos cegos, surdos e mudos
diante de alguém novo?
De alguém que não conseguimos ler.

O que há em mim que sempre me perco em ti?
E por que tenho ainda receios em me envolver?

Tudo em mim grita que está tudo bem, que posso confiar
e que ninguém além de mim vai mudar isso.
Mas como posso crer se a todo momento me vejo esmorecer,
me render e novamente descrer.

Talvez seja porque há tanta verdade e amor guardados em mim
que, ao meu ver é quase impossível não repartir e dar a ti.
Olhe para mim!

domingo, 25 de setembro de 2016

Queria escrever

Tanto tempo sem atualizar o blog, sem escrever o que me consome, sem botar pra fora o que incomoda. Escrever sempre me foi terapêutico e totalmente necessário mas por vários motivos há muito não o fazia.

A gente pensa que sabe das coisas, que conhece as pessoas e que pode mudar o mundo mas na verdade não mudamos nem nós mesmos. É domingo, não estou em casa e não estou na rua, não estou feliz nem triste e quero compartilhar algo que não sei o que é mas que preciso colocar para fora.

A vida tem dessas coisas da gente nunca saber o que se é certo né? Olha todo mundo seguindo um caminho que leva a morte, tentando sobreviver na sorte, torcendo pro melhor acontecer.

Há pouco mais de um mês minha mãe descobriu que meu irmão desaparecido há um ano e meio estava morto e enterrado, eu não lembro a data da ultima vez que o vi mas lembro que nós brigamos (pra variar), lembro de ver ódio em seus olhos, lembro de chorar sozinha em casa depois.

A gente não sabe quando vai ver a pessoa pela ultima vez, não sabe nem se a verá uma ultima vez.

A gente não sabe nada!

  • Não sabe tratar os amigos;
  • Não sabe tentar ser feliz;
  • Não sabe sorrir ou chorar;
  • Não sabe se expressar;
  • Não sabe ter bom senso;

A gente não sabe ser gente! E passamos a vida sem saber e sem tentar aprender.

Não quero retribuir a maldade, não quero me informar das coisas ruins da sociedade, não quero te fazer chorar, sofrer ou sentir dor. Quero que em todas as coisas, todos consigam enxergar amor.

Quero dormir e quando acordar encarrar mais uma semana com amor.

                                        Resultado de imagem para fotos para blog

sábado, 29 de agosto de 2015

É Justo?

Segundo Conrado Adolpho “As pessoas não falham, elas desistem”. Estive analisando essa frase, e sinceramente, acho que o problema não está em desistir, mas no que nos leva a desistir, eu mesma já desisti de muitas coisas, eu desisto muito de muitas coisas, após os 25 anos eu passei a desistir muito mais do que o normal, mas por que?

Todos me dizem que sou ótima, todos me dizem que sou eficiente, boa líder, que sou boa gestora, boa amiga, boa pessoa, mas acontece amigos que eu descobri algo estarrecedor, ser “bom” nem sempre é o suficiente, e eu poderia culpar uma infinidade de fatores e casos que corroboram para isso, mas adiantaria?

Só quero desabafar, analisando a frase comecei a pensar o por que que eu e tantas outras pessoas desistem tanto, e descobri que desistimos principalmente porque o sistema não nos dá chance alguma, nenhum deles dá, a tal da meritocracia não passa de ilusão, o tal do socialismo, esse não resolve metade dos problemas sociais, e o capitalismo, esse então só piora tudo, ou seja, não há saída para nós, meros mortais vindos de classes inferiores e que buscam seu “lugar na sociedade”.

Mas há exceções muitos dirão, sim, há, mas exceções a que custo? 14 horas de trabalho por dia? Empréstimos de 36 meses? Nenhum lazer, nenhum momento em família, nenhum amigo verdadeiro por anos até conquistar o que se almeja? É justo isso?

É justo você acordar as 6h da manhã, passar o dia trabalhando, enfrentar transito, transporte lotado, ficar 4h na faculdade, pegar condução de volta e ir dormir a 01 da manhã porque as 6h vai começa tudo de novo? é justo saber que quando se formar vai disputar uma vaga com quem dormiu até as 3h da tarde, acordou, foi pro computador, pegou seu carro as 18h e foi pra faculdade, e na volta mesmo morando mais longe que você chegou antes em casa, é justo pra você?

É justo uma cobrança igual com quem tem oportunidades tão diferentes? Para mim não é justo não, nem um pouco justo, assim como não é justo ver essas mesmas pessoas reclamando que os dois salários de mesada que recebem dos pais não dão para "nada", quando muita gente usa um único salário apenas para sobreviver, não acho justo, assim como não acho justo uma pessoa ter a oportunidade de fazer cursos, intercâmbios e se qualificando para o mercado e para a vida enquanto outras só tem a opção de trabalhar, e o pior é saber que mesmo com tudo isso, essas mesmas pessoas ainda vão precisar dar uma ligada pro pai e pedir a ele para, “descolar um emprego bacana” para elas, um emprego que deveria ser de quem merece.


Não estou gritando discórdia, não vejo culpados para apontar nessa história, é só porque não acho justo, assim como não acho justo o que mulheres, negros, imigrantes e pessoas “diferente” no mundo inteiro sofrem, posso não achar justo né? Ou já me querem tirar isso também?

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Sobre reparar e comparar

De tempos em tempos nos damos conta de como as coisas mudaram, pode notar, leva um tempo até a gente ser surpreendido pelo simples fato de reparar... reparar que está envelhecendo quando as fotos não mostram mais a viscosidade da pele, reparar que está antiquado quando dá a seus primos os mesmos conselhos que recebeu de seus tios, reparar que já tem quase 30 e metade dos seus sonhos ainda estão longe de se realizar, leva tempo demais a gente parar para reparar.

Esses dias me peguei fazendo isso, reparando, me peguei reparando e comparando a minha vida e trajetória com a de todos a minha volta, reparei que várias amigas casaram, separaram, viraram mães e gays, reparei que muita gente que amo foi embora do estado e do país, e me esperam para uma visita que nunca chega, reparei que minha turma hoje em dia não é mais tão minha assim, reparei como é difícil conciliar horários, humor e dinheiro para sair ou visitar aquela amiga de infância ou aquela tia do bairro vizinho que eu tanto amo estar perto, comparei minha personalidade a de pessoas invejáveis, comparei meu estilo de vida com minhas perspectivas, reparei e comparei muito, e ao final de tantas comparações e percepções me senti um lixo, me senti frustada, me senti inútil. 

Mas reparei principalmente que não tenho tido tempo para reparar e choquem, reparei que nem lembro a ultima vez que parei para faze isso, e me perguntei até aonde isso é bom ou ruim? Li uma crônica certa vez que dizia que reparar é algo ruim, principalmente se for pelas redes sociais, onde todo mundo é feliz, rico e bonito, talvez isso seja verdade, talvez tenha reparado as coisas de forma errada, mas acredito que reparar na vida também pode ser bom, afinal isso nos traz senso de tempo, do tempo que gastamos e do tempo que ainda temos, por isso mesmo frustada decidi que vou reparar mais, e reparar principalmente em como tenho vivido, no que tenho feito, reparar em onde tenho estado e com quem estou.

Vou me preocupar em reparar muito mais e comparar muito menos, pois sei que só assim poderei reparar o que me incomoda nessa merda de viver.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Somos todos TUDO

E assim devagarzinho a gente vai nascendo, a gente vai morrendo, a gente vai se reinventando, um dia você acorda e finalmente percebe que nao tem mais 17, não tem mais sua família e há muito tempo não espera mais o príncipe, e ali entre um cigarro e outro percebe que ja tem quase 30.

Onde estive todo esse tempo? O que fiz? O que vivi?  O que vi e ouvi? E o que com tudo isso aprendi? E realmente aprendi?

Não lembro mais os detalhes do meu livro preferido, não tenho mais uma coleção de sapatos, bolsas ou qualquer coisa ditada pelo consumismo, e mesmo assim não consigo enxergar o futuro, sou a única? Como se dissipa essa neblina mais a frente? Como se ausenta de um corpo doente? Como se muda o mundo?

E todas as vozes dizem num só coro frases do tipo "seja você", "vá em frente", "é o caminho certo", "ele é culpado", "ele é inocente", controvérsias e julgamentos sem nexos, mas eu não vejo beleza nessas coisas, nesses tapinhas, cafunés e injurias, não vejo a inocência nas crianças ou a boa vontade nos adultos, não vejo o mais na frente.

E diante dessa roda de vontades, sentimentos e emoções, procuro a cada minuto o melhor esconderijo nessa vida de caos, somos todos macacos, somos todos charlie hebdo, somos todos Verônica, somos todos lgbts, SOMOS TODOS GENTE, SOMOS TODOS TUDO, porque no fim TODO MUNDO É NADA.


quinta-feira, 23 de abril de 2015

CHUVEIRO

LIGA O CHUVEIRO QUENTE!
SENTA NO CHÃO EMBAIXO DELE!
DE ROUPA E TUDO MESMO, VAI!
CHORA ATE CANSAR MENINA
ESSE DIA INGRATO JÁ VAI ACABAR!