terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Um TETO para se Pensar!

    Deitada e esperando um sono que não chegava nunca abri os olhos e olhei para o teto, um teto branco, de massa corrida pintado de branco, tão limpo quanto possível para uma casa teoricamente velha, e olhando para o teto um bom tempo fiquei, uma música triste ia voltava a todo minuto em minha mente eu havia ouvido a mesma no dia anterior mas não sei porque olhei pro teto, talvez por ser a posição que estava deitada, talvez por tédio, talvez por hábito.

   Enquanto olhava para o teto lembrei de outros tetos e todas as vezes em que aquele momento se repetiu comigo, olhei novamente para o teto mas já sabendo o que queria encontrar e lá vi meu primeiro teto, um telhado de folha de eternit remendado com durepox pois meu avô tinha a crença que só durepox resolvia as goteiras, lembro de olhar o teto da casa dos meus avós e contar as ondulações, contar quantos buracos vovô tinha tampado com durepox,  planeja conquistar o mundo olhando o teto e não só o olhava, adorava contar os caibros e junto com meus irmãos contávamos e recontávamos para ver quem estava certo, meus irmão, não lembro de fato quando eles deixarão de ser meus irmão ou que eu deixei de ser irmã deles só lembro de os odiar na infância e querer mata-los na adolescência mas nesse meio em algum momento eu tive irmãos e bons irmão, eram uma companhia, era parceiros, eram amigos meus e hoje nem nos falamos a fim de evitar desamores maiores, e confesso que mesmo hoje meu desejo/egoismo de querer ser filha unica continua o mesmo.

    Saí de casa e o eternit me acompanhou, a casa q aluguei não era diferente da dos meus avós mas com certeza era melhor em aspecto físico, passei várias noites olhando aquele teto cheio de limo e planejando um futuro, depois disso veio o apartamento e eu o amava pois ele era a minha vitoria, para mim era a certeza que havia chegado a algum lugar mas após vário acontecimentos esse teto me virou uma tortura não podia mais olha-ló. Por muito tempo ignorei a existência daquilo que me ajudava a pensar no amanhã, a planejar um futuro e assim troquei o teto pelas paredes pois elas me acolhiam melhor, me davam mais segurança as paredes me abraçavam com força nos momentos piores...

    Mudei do apartamento para uma casa de paredes frias e tetos altos e lá eu chorava sem consolo ou esperança, fiquei pouco tempo naquele lugar pois me era insuportável respirar ali, reuni forças e amigos e saí sem olhar para trás. Achei em paredes velhas e tetos esquecidos o consolo na casa que abandonei, na casa da minha infância e lá me era desnecessário olhar para o teto pois me sentia segura ali, até que a vida me mostrou o quanto estava enganada e arrancou de mim paredes, tetos e chão me obrigando a voltar a olhar para o teto estranho e planejar uma forma de fazer o que sempre fiz de melhor que é "me virar" e eu me virei, achei nova casa, novas paredes,e um novo teto.

   Hoje esse novo teto já está velho mas me dá bons conselhos, esse teto atual me diz todas as noite que não é o definitivo, que não é o MEU, que não fará nada por mim e que novamente eu preciso planejar, eu preciso ir atrás, eu preciso "me virar".

Pra mim um teto sempre teve e sempre terá um significado muito maior, e pra você?














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